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Atendendo ao chamado da galera de Porto Alegre fiz esse poster, cortam-se algumas flores, mas a primavera não pára nunca!

Pensei que a partir de agora eles deverão ficar mais unidos do que nunca, aliás todos nós que defendemos o direito de transitar com segurança por nossas cidades. Os comentários que estão rolando em blogs por aí são de uma insensibilidade terrível. Alguns até estão tentando justificar o fato, o ataque, a tentativa de ceifar vidas, dizendo que a massa impedia a liberade de ir e vir dos motoristas. Oras, e os congestionamentos? Será que um caminhão tem o direito de passar por cima dos carros caso sinta-se ofendido pela lentidão que provocam a sua frente? Contra fatos não existem argumentos, o cara acelerou pra cima da multidão, ponto.

Fico agradecendo a não sei quem pelo ato não ter levado ninguém a óbito. Só penso que devemos estar mais juntos, produzir mais material, espalhar mais as idéias, cativar mais pessoas, encher nossas cidades de bicicletas de todos os jeitos.

Vamo que vamo!

Hoje de manhã, minha esposa me perguntou se algo havia acontecido na Bicicletada de ontem, eu disse que nada de grave, as mesmas coisas de sempre, alguns motoristas mais estressados, um pequeno tombo, e a alegria de sempre imperando sobre o resto. Ela insistiu na pergunta. Me disse que sua mãe havia visto no noticiário que um motorista havia atropelado 30 ciclistas na Bicicletada, sem entender eu disse que não era possível, pois além de ficar até o final, ainda permaneci conversando um tempão depois de chegarmos à Praça do Ciclista.

Não acessei a internet hoje, e acabei saindo para levar nossa filha a um show, na volta eu pedi que ela ligasse para sua mãe e perguntasse a ela o que se passou direito, fiquei preocupado de uma hora para outra, não sei porque. No momento em que ela ligava, minha sogra estava assistindo à reportagem falando a respeito, só há poucos instantes fiquei sabendo do que aconteceu de verdade, e depois de ver os vídeos e relatos, fico pensando que isso poderia ser com qualquer um de nós, lembrei da irmãzinha de um amigo na garupa na Bicicletada de ontem, e um sentimento muito ruim tomou conta de mim, algo que há muito tempo não sentia.

Estou escrevendo com o estômago mesmo. Com raiva, angústia, enojado. Vi todas as matérias que pude até agora e isso me deixou com mais raiva ainda. Jornalistas que tentam deturpar os fatos, e colocar a prova o poder de mobilização da Massa Crítica. Alguns falaram em feridos de um acidente! Nós sabemos o que passamos todos os dias no trânsito, aquilo não foi um acidente, nem de longe. Ver agentes do governo de lá tentando fazer um trabalho sorrateiro de lavagem da cena de um crime exigindo que a pista fosse liberada após a tentativa de assassinato. Fortes como só os que sentem o vento no rosto, os ciclistas permaneceram no local e exigiram a presença policial. Irão até o fim, isso não ficará impune.

Tenho certeza que esse fato só serviu para fortalecer ainda mais a galera de lá, uní-los mais, e se é um monstro que eles querem que sejamos, que assim o seja. Monstruosa a Massa, intensa, vibrante, direta, um monstro com milhares de cabeças espalhadas por todos os cantos, com idéias próprias, sem o cabresto com que alguns estão acostumados, sem liderança, anárquica e caótica como o coração dos loucos que sonham viver cidades livres da carrocracia.

A luta segue, os relatos e vídeos tem sido postados no blog da Massa de lá, assim como os chamados para mobilização. Espalhem esse fato o máximo que puderem!

Sobre a Massa Crítica

Muita luz e energia a todos que viveram essa experiência horrível.

 

Sábado passado fui fazer um pedal na Ciclovia do Parque Ecológico do Tietê. Embora a velocidade das obras nem de longe se pareça com o que aconteceu na ampliação da Marginal, andando por lá fica claro que pelo menos os caminhões e tratores continuam remexendo a terra. Andamos quase 15 kilômetros de uma ponta a outra dela, e pude ver dois trechos com máquinas e homens descansando na sombra. Andamos além do Parque Jacuí em São Miguel Paulista, onde as obras continuam.

Embora essa ciclovia também siga próxima ao rio, ela nem de longe lembra a da Marginal Pinheiros, durante alguns trechos é possível pedalar pelo meio da mata ouvindo apenas as cigarras e sentindo o cheiro de alguns pés de eucalipto. A ciclovia está com uma frequência muito boa de pessoas, cruzamos muitos ciclistas pelo caminho, muitos deles fazendo o uso cotidiano da bicicleta, casais e crianças que iam até o Parque Ecológico.

É óbvio que eu esperava poder pedalar pelos 230 kilômetros prometidos, no entanto foi muito bom poder ver de perto tanta gente fazendo uso da ciclovia, principalmente em uma parte da cidade onde o investimento público rareia.

Enfim, se ainda não foi lá, vale muito a pena.

Cuidado com o cachorro-vaca-capivara alienígena que ronda o parque!

 

Existe uma prática muito recorrente na cidade de São Paulo, e que qualquer pessoa pode observar, a “obsolecência programada dos buracos”. Se você reparar vai perceber que grande parte dos buracos abertos são sempre os mesmos.

Um dia depois de recapearem parte da Avenida Celso Garcia, no trecho próximo ao Parque do Belém e a ETEC, olha só o que aconteceu com o asfalto – reparem que nem a sinalização horizontal foi feita ainda.

 

O autor

Valdinei Calvento - ilustrador.

Gente boa, tranquilão, bom pai, anda de bicicleta (e acredita nela), curte desenhar, plantar umas sementinhas, acredita em algumas pessoas, luta por elas, e sempre que possível, corre de São Paulo.

Bicicleta Girassol é o meu portifólio.

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Gostou dos desenhos e textos? Odiou? Não tem problema, se estiver afim, pode usar, fica à vontade. Tudo o que está aqui é seu também. Se quiser, é claro.

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